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Espiritualidade

Espiritualidade

Eu não entendo, o Crucificado, sem dimensão de ressurreição, encarno a Páscoa na minha vida, vivo o mistério da redenção (Terezinha Cruz, MJC.).

A mística que nos impulsiona

A nossa espiritualidade como Missionárias de Jesus Crucificado tem como raiz o Mistério Pascal, porque contemplar a realidade com a perspectiva da Paixão/Ressurreição de Cristo nos ajuda a ver com esperança a paixão dos empobrecidos. Uma contemplação que nutre a utopia, fortalece o compromisso e torna-se profecia. E, nesse aspecto da profecia, Maria ao pé da cruz é nosso modelo e Mestra. De pé, em um espaço proibido, ela desafia o poder que exclui. Com olhos fixos em Jesus, corajosa, solidária, livre, toda de Deus e dos pobres, ela se solidariza com a vida massacrada.

Como Maria, queremos estar de pé, junto ao povo crucificado: mulheres, homens, jovens, crianças cujas mortes são antecipadas, porque suas vidas não têm a menor importância para o sistema do mercado, do dinheiro.

Este é um aspecto da mística que leva as MJC a viverem muito próximas dos pobres, lutando com eles por seus direitos e contra todo tipo de dominação. Neste tempo de tanta violência, a mansidão que nos faz ir adiante, sempre. A mansidão e a bondade eram a expressão concreta da espiritualidade de Maria Villac, nossa fundadora. Ela dizia: “Bondade é o espírito do nosso Instituto. Eu gostaria de deixar isso escrito com o meu sangue, tão importante acho a conservação deste espírito para a continuidade do Instituto.”

Fazer, hoje, um voto de seguir Jesus manso é um grande desafio para nós, não somente por causa da vivência comunitária da mansidão, mas no trabalho e nas relações sociais, porque a mansidão que buscamos nada tem a ver com a indiferença, com a insensibilidade. É a capacidade de interiorizar, refletir e agir em comunidade, em conjunto, buscando estratégias para abrir caminhos de libertação junto com os pobres.

Alimentamos nossa mística através da Palavra de Deus que nos ilumina nas nossas buscas, possibilitando experiências libertadoras de Deus. São estas experiências que nos levam a reconhecer os sinais da presença de Deus e a escutar os clamores da realidade que desafia a uma ação concreta, para ser um sinal dessa presença em resistência esperançosa.